quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Curtas...

Parece que não é tão simples assim manter um blog, mesmo quando a gente decide escrever pouco. No mês de julho andei sem tempo por conta do curso intensivo de francês. Aulas todas as manhãs e toneladas de lição de casa com muita gramática não deixavam muito espaço pra inspiração. Mas agora, já em férias completas, acho que é a preguiça mesmo que resolveu sequestrar a musa inspiradora dos blogs.

Hoje, por exemplo, é quarta-feira, acordei às 8h00 pra tomar um chá com o Patrick e me despedir dele que ia pro trabalho. O próximo compromisso é às 15h00 com o gerente do banco pra abrir minha conta. Todo esse tempo livre faz a gente deixar tudo pra mais tarde. Quer dizer, isso se aplica a mim. Admito que conheço um monte de gente organizada que certamente aplica o tempo livre em atividades úteis e interessantes. Eu, no entanto, funciono diferente. Quanto mais tempo livre, menos vontade de me mexer. Sou um grande procrastinador, essa é a verdade. Adoro o verbo "procrastinar" e naturalmente adoro a ação de procrastinar.

Conheci no Brasil um americano que falava 7 línguas! Bem atípico, é lógico. Esse senhor me disse que não existia um correspondente a "deadline" em português do Brasil. Não sei, mas toda vez que tenho uma (ou um?) "deadline" é sempre a mesma coisa: me enrolo no tal verbo que citei acima e ficamos lá, namorando, rolando embaixo das cobertas se é inverno, brincando de esfregar cubos de gelo em partes íntimas no verão, pra só lembrar do(a) maldito(a) "deadline" em cima da hora.

Eu já disse que detesto estereótipos nacionais, mas acho que nós brasileiros temos uma ótima relação com a procrastinação e a preguiça. Logo que me mudei pra cá percebi o incômodo do Patrick quando eu dizia de manhã que estava com preguiça. Percebi que pra ele a própria palavra já deve ser proscrita. Sei lá se isso tem a ver com o Weber porque minhas aulas medíocres de filosofia e sociologia com um professor quase doutor e mal alfabetizado nunca me levaram muito longe nesse campo, mas sei que deu um trabalhão convencer o Patrick de que ter preguiça não é algo assim tão horrível. Acabei baixando o "Macunaíma" da internet pra mostrar pra ele que mesmo nosso herói nacional começou a vida cheio de preguiça até pra falar.

Inevitavelmente começo a imaginar o blog do Macunaíma. Teria com certeza menos "posts" que o meu, todos muito curtos, monossilábicos, aposto. Duro, mesmo, é que também acho que seria muito mais interessante ;-)

Ai, que preguiça!!

Um comentário:

  1. A preguiça é a mãe de todos os vícios, mas como mãe é mãe, há de se respeitá-la!

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