sábado, 28 de agosto de 2010

Ainda restrito aos blockbusters...

Na semana passada fomos assistir a "Le dernier maître de l'air", o filme baseado naquele desenhinho animado chamado "Avatar". Acho que tiveram que trocar o nome por conta do filme do James Cameron. Quanta decepção! O filme é dirigido pelo M. Night Shyamalan, o mesmo que dirigiu "O sexto sentido", mas parece que ele realmente errou a mão desta vez. Acho que o maior problema foi mesmo a mão do diretor, presente em cada cena, cada diálogo e determinada a estragar tudo. Honestamente, o filme tem os piores diálogos que já ouvi no cinema, sem exagero.

Ontem fui sozinho, às 11h40, assistir a "Salt", o filme de espiã da Angelina Jolie. Fui com expectativa baixíssima por conta das críticas negativas que tinha lido. Achei o filme super "hollywoodianamente" normal. Não entendi por que tanto alarde. A história é exagerada? Sim, mas e os 007 que a gente engole desde criança e adora? Todos os comentários que li soam um tanto machistas. O problema é o fato de que 007 virou mulher neste filme? Será que ninguém se lembra mais de Brigitte Montfort? Daqueles livrinhos de qualidade duvidosa, pra lá de kitsch?! Ou será que é porque ninguém engole mais histórias com a Guerra Fria como pano de fundo? Que falta faz a personificação de coisas básicas como o "bem" e o "mal", não?! A vida parecia mais simples quando os heróis americanos ainda tentavam livrar o mundo dos monstros comunistas.

Entretanto, ainda outro dia li que "espiões" russos foram presos nos "isteites". A única coisa que me surpreendeu mais foi que alguns dias depois os presos foram trocados por espiões norte-americanos capturados em Moscou. Eu, hein?! Dejà vu no jornal?!

Hoje fomos, eu e o Patrick, novamente ao cinema. Desta vez foi o filminho da Disney, "Aprendiz de feiticeiro". Claramente pra adolescente. Até difícil de encontrar versão legendada, principalmente às 9h15 da manhã. Gostamos de ir ao cinema aos sábados pela manhã. Quando critico, um amigo diz: "também, quem manda assistir a filme pra adolescente?" Muito preconceito! Conheço vários adolescentes que gostam de filmes de ação mas poderiam se divertir também com enredos mais elaborados, menor previsibilidade. Por que tudo tem que ser tão óbvio?

Bom, pra terminar este post com alguma utilidade além do meu desabafo por estar temporariamente condenado a assistir somente a blockbusters (por conta da minha incapacidade de compreender francês suficientemente pra assistir a algo mais complexo) deixo algumas informações de serviço: o ingresso de cinema às 9h00 custa 6 euros; mais tarde sobe pra 10,40 euros! As sessões diurnas de filmes mais juvenis são geralmente em V.F. (versão francesa, quer dizer, dublados em francês) e as noturnas são em V.O. (versão original, na língua original)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Realmente curta....

Exercício de postagem curta...

Adoro o "cooling pad" da Logitech que comprei na fnac por 29 euros. Fico feliz em acreditar que faço algo de bom pro meu laptop e não queimo meu "lap"! E o ventiladorzinho é danado de silencioso. Pronto! Postagem curta não pode ter mais que 4 linhas.

Curtas...

Parece que não é tão simples assim manter um blog, mesmo quando a gente decide escrever pouco. No mês de julho andei sem tempo por conta do curso intensivo de francês. Aulas todas as manhãs e toneladas de lição de casa com muita gramática não deixavam muito espaço pra inspiração. Mas agora, já em férias completas, acho que é a preguiça mesmo que resolveu sequestrar a musa inspiradora dos blogs.

Hoje, por exemplo, é quarta-feira, acordei às 8h00 pra tomar um chá com o Patrick e me despedir dele que ia pro trabalho. O próximo compromisso é às 15h00 com o gerente do banco pra abrir minha conta. Todo esse tempo livre faz a gente deixar tudo pra mais tarde. Quer dizer, isso se aplica a mim. Admito que conheço um monte de gente organizada que certamente aplica o tempo livre em atividades úteis e interessantes. Eu, no entanto, funciono diferente. Quanto mais tempo livre, menos vontade de me mexer. Sou um grande procrastinador, essa é a verdade. Adoro o verbo "procrastinar" e naturalmente adoro a ação de procrastinar.

Conheci no Brasil um americano que falava 7 línguas! Bem atípico, é lógico. Esse senhor me disse que não existia um correspondente a "deadline" em português do Brasil. Não sei, mas toda vez que tenho uma (ou um?) "deadline" é sempre a mesma coisa: me enrolo no tal verbo que citei acima e ficamos lá, namorando, rolando embaixo das cobertas se é inverno, brincando de esfregar cubos de gelo em partes íntimas no verão, pra só lembrar do(a) maldito(a) "deadline" em cima da hora.

Eu já disse que detesto estereótipos nacionais, mas acho que nós brasileiros temos uma ótima relação com a procrastinação e a preguiça. Logo que me mudei pra cá percebi o incômodo do Patrick quando eu dizia de manhã que estava com preguiça. Percebi que pra ele a própria palavra já deve ser proscrita. Sei lá se isso tem a ver com o Weber porque minhas aulas medíocres de filosofia e sociologia com um professor quase doutor e mal alfabetizado nunca me levaram muito longe nesse campo, mas sei que deu um trabalhão convencer o Patrick de que ter preguiça não é algo assim tão horrível. Acabei baixando o "Macunaíma" da internet pra mostrar pra ele que mesmo nosso herói nacional começou a vida cheio de preguiça até pra falar.

Inevitavelmente começo a imaginar o blog do Macunaíma. Teria com certeza menos "posts" que o meu, todos muito curtos, monossilábicos, aposto. Duro, mesmo, é que também acho que seria muito mais interessante ;-)

Ai, que preguiça!!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Petites choses

Parece que está muito difícil manter este blog! As previsões do meu irmão se confirmaram: comecei muito afoito, liberando uma represa, e agora não flui mais nada.

Tomei a decisão de tentar colocar pequenos posts aqui. Isso me lembra "O livro de cabeceira" de Sei Shonagon ("Makura-no-sôshi" escrito no ano 1000). Mas já previno meus leitores de que minhas pequenas impressões não serão tão poéticas nem eróticas.

Começando então com moda (na verdade, acho que tudo é moda): já comentei que os sapatos masculinos aqui têm bico muito mais fino e são bem mais longos?! Essa moda não me atrai muito, mesmo porque não preciso de sapatos novos, mas hoje, pela primeira vez, adotei um costume que me chamou atenção desde que cheguei: os parisienses usam camisa polo com a gola levantada. Senti uma certa estranheza antes de sair de casa, mas todo mundo que passou por mim na rua sem me lançar nem o mais discreto olhar, acabou me confirmando que eu estava na moda. Ah! E alguém que me lançou um olhar bem pouco discreto acabou sendo um estímulo extra.

Em tempo, o olhar indiscreto e simpático, embora tentador, não foi correspondido, porque hoje sou um homem casado e monogâmico. Quase de ferro!

Outra moda, ou não, sei lá. Se for moda, é permanente, segundo o Patrick: cadernos franceses são quadriculados! Nesta época de "rentrée", que é o retorno das férias de verão no final de setembro, todas as papelarias e supermercados têm uma sessão enorme de material escolar. Mas pode procurar, todos os cadernos são quadriculados. Na verdade, a maioria é milimetrado! Minha amiga Renata estava procurando um bom caderninho com linhas exclusivamente horizontais como os brasileiros, mas só encontra se for inglês ou americano. Obviamente, estes custam os "zóios".

Bem, é o que tem pra hoje. Minha amiga Sei Shonagon já pode voltar a repousar tranquila em seu túmulo milenar.