sexta-feira, 30 de abril de 2010

Bate-boca nos correios!!

Ontem fomos eu e o Patrick à agência central dos correios (La Poste) aqui em Courbevoie. Acho que já disse que gosto de ir aos correios em Paris e tentar usar meu francês (não, não é usar meu “marido” francês, é o meu domínio quase incipiente do idioma mesmo).

Minha amiga Lusia enviou uma encomenda registrada e vimos pelo site brasileiro dos correios que tinham tentado entregar 2 vezes sem sucesso. Olha, esse serviço funciona MUITO bem a despeito de todos os possíveis erros humanos. Com o mesmo código dá pra ver o andamento também no site do correio francês. É um código alfanumérico bem longo e as 2 últimas letras correspondem ao país de origem. O último dado deles dizia que a encomenda estava disponível pra retirada na agência central de Courbevoie, que fica a menos de 10 minutos de caminhada de casa. Lá, os funcionários tinham registrado BA, em vez de BR, no número, mas com algum esforço, acharam o pacote e no final foram muito simpáticos.

O interessante foi perceber a diferença cultural na entonação da conversa. O Patrick me disse que eu teria que fazer tudo sozinho. Ele tá sempre tentando testar minha capacidade de uso do idioma. Até tentei, mas a mulher acabou me bloqueando com uma afirmação muito segura de que o número estava errado. O Patrick, então, intercedeu, explicando que estava comigo e que o número estava correto, com a mesma firmeza (que pra mim soava como rispidez) e que ele veio ajudar por conta do meu francês. A mulher disse que já tinha entendido tudo com o meu francês mesmo, mas como o Patrick foi duro ela resolveu tentar outras formas de achar o pacote e achou!!

Pra mim, ouvindo a conversa atentamente, tentando entender as palavras, aquilo tudo soava como um grande bate-boca. Parecia que os 2 poderiam se atracar e rolar pelo chão a qualquer momento. Aí, de repente, o tom muda completamente, como se não tivesse havido nenhum enfrentamento. Resolvida a questão de encontrar o pacote, a mulher começa a falar de outros brasileiros que moram na região, “todos muito simpáticos, mas ela não compreende como deixam um país com as praias brasileiras pra morar na França” e depois explica como é difícil lidar com o público grosseiro, geralmente pessoas mais ricas que jogam coisas no balcão sem nem falar com ela direito. Coisas que ela devolve com a mesma atitude, bla, bla, bla... e a conversa termina com sorrisos e até aperto de mão!!

Incompreensível. ;-)Compreender uma língua, todo mundo já sabe, passa por entender essas pequenas (nem tanto assim!) diferenças culturais. E eu ainda lutando com palavras!!

Ah!! Esqueci de dizer que a falha inicial foi minha! ;-) Entreguei meu endereço manuscrito pra Lusia que, coitada, não entendeu meu garrancho e endereçou pro número 3º, em vez de 30. Acontece...

Acordeons no metrô de Paris.

Missão cumprida com o post filosófico da última segunda. Valeu até e-mail elogioso do MM!! Olha que isso é bem difícil. Claro que veio com uma leve acusação de que sou injusto. Mas quem se importa?! É meu blog. Eu posso, sim.

Agora vamos voltar ao estilo “gossip”, mais leve. Recebo muito mais comentários quando sou politicamente incorreto expressando meus preconceitos. Blog é igual novela da Globo: se não tiver visões de mundo enviesadas, ninguém nem presta atenção.

Quero falar dos acordeons no metrô de Paris. Cara, que saco!!! Fico tão intrigado com isso que pedi pro Patrick tocar no itunes o Yann Tiersen, autor da trilha sonora do Amélie Poulain e ficamos discutindo essa coisa do instrumento. Acho que os franceses sabem que o acordeom faz parte do estereótipo da cidade, tanto que não tá só no AP, também tá na trilha do Ratatouille.

O que aconteceu aqui foi mais ou menos o mesmo que em vários outros lugares do mundo. O rock, na década de 1960, revolucionou o pop, e lançou algumas coisas tradicionais no território do brega. Mas no fim do milênio essas coisas começaram a ser redescobertas. Claro que sempre teve o Piazzolla , mas os virtuosos a gente nem considera. Músico bom pode tocar até caixinha de fósforo. Pois bem, o acordeom voltou a reinar sobre Paris.

O que não compreendo é essa infestação do metrô por músicos ruins. Tudo bem que o instrumento reconquiste seu lugar. Mas não adianta ser um instrumento de status se o músico não for bom. Cara, é um pesadelo!!! Você toma o metrô e, às vezes, num percurso de menos de 10 estações, dá tempo pra 2 apresentações de “artistas” diferentes. Os coitados tocam bem rapidinho pra poderem terminar uma música entre 2 paradas. O pior é que ainda não vi ninguém dar nem uma moedinha. O desempenho deles é mais mal remunerado até que o dos mendigos! Dá pra ver as caras de incômodo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Surpresas críticas.

Lembram que suprimi "um parágrafo filosófico sobre a estranheza e o não-pertencimento" em respeito ao meu amigo MM?! Pois não é que o danado agora tá cobrando o tal parágrafo!!?? Nem adiantou dizer que tava mal escrito.

Na verdade tenho refletido muito sobre esta minha condição de estrangeiro. No mundo moderno é muito difícil nascer estrangeiro. Mesmo se seu pai ou mãe se jogaram no mundo, são raros os casos de apátridas. Isso quer dizer que a maioria dos estrangeiros escolheu isso.

Muita gente já tentou entender o processo. A Julia Kristeva, num livro de que a academia não gosta, fez um retrato desse povinho. Gosto de livros de que a academia não gosta. Tomando algumas idéias da Kristeva, fico tentando me entender e mesmo decidir que caminho seguir. Acho que vivo o momento quando o estrangeiro se depara com uma enorme encruzilhada. Posso ser esse estranho, que vai olhar pra sua pátria de origem respirando aliviado por ter saído de lá e dizendo que nada pode fazer pra ajudar, ou posso ser estranho aqui, neste outro lugar ao qual não pertenço, onde vou sempre ter sotaque, onde não consigo nem sequer chegar ao fim de um jantar social porque não engulo 5 pratos (aliás, pra não fazer feio, como pouco, mas então faço feio porque as pessoas acham que não gosto da comida). Ou será que isso nem é encruzilhada e as 2 coisas estão, na verdade, juntas?!

Ainda não estou certo, mas acho que a grande pergunta é "quando" essa opção de ser estranho é feita. Será mesmo que isso aconteceu quando decidi tentar vir morar com o Patrick?! Ou eu já tinha escolhido ser estranho e só esperava a oportunidade de ir pro meu lugar de estranho? Porque, afinal, fala sério, não dá pra querer ser estranho depois dos 40 sendo funcionário público. Dá pra ser maluco, estranho, não!

Me enrolei? Acho que sim. Aceito idéias colaborativas.

Castanheiras em flor!!!



Se quiser ouvir, clique aqui
Ella Fitzgerald
April In Paris

I never knew the charm of spring
I never met it face to face
I never new my heart could sing
I never missed a warm embrace
Till April in Paris, chestnuts in blossom
Holiday tables under the trees
April in Paris, this is a feeling
That no one can ever reprise
I never knew the charm of spring
I never met it face to face
I never new my heart could sing
I never missed a warm embrace
Till April in Paris
Whom can I run to
What have you done to my heart

Toda cidade tem uma ou duas músicas que a imortalizam e que nos fazem querer conhecê-la. Outro dia apresentei "Sampa" ao Patrick depois foi "Lá vou eu" da Rita Lee e ontem foi "Samba do Arnesto", que acho que são ótimos representantes de SP. Bom, Paris é um pouco diferente. Deve haver bem mais que 3 músicas sobre esta cidade.



Outro dia ouvi a maravilha cuja letra colei aí na abertura do post e fiquei curioso sobre "chestnuts in blossom", as tais castanheiras em flor. Bom, estamos em abril, já vi e fotografei tudo quanto é tipo de flor. Onde andariam as tais flores de castanheiras?! Se a música fala especificamente nisso, como é que eu ainda não tinha trombado com uma. Sabia que a castanheira era uma baita árvore, mas não lembrava de já ter visto uma.




Hoje, saindo da escola, resolvi, pela primeira vez, visitar o Jardin du Luxembourg. Não é que as danadas também estavam lá!! O lugar tem todas as castanheiras em flor do mundo. Tirei até umas fotinhos pra ilustrar o que é isso. Também almocei num quiosque (dá pra ver na foto) de crépes e tomei um copo (de plástico) de vinho rosé.

Mas quer saber, mesmo?! Vá ouvir a Ella cantando isso que você vai querer embarcar pra Paris ainda hoje pra ver o que são "chestnuts in blossom"!!

p.s.: não tem jeito... é muito difícil postar muitas fotos aqui neste blog, pelo menos pra mim... quem quiser ver as outras fotos e não for usuário do facebook, use este link: Fotos do Jardin du Luxembourg

Professores de inglês em Paris.

Como o Bob ficou o início da noite na cozinha (cozinha tipicamente Parisiense não comporta 2 pessoas), o Patrick foi ajudá-lo e foi a Vicki que me fez sala. Muito gentil e incentivadora. Ela era da área de marketing em NY. Quando chegou aqui começou a dar aulas de inglês. Agora conseguiu reunir as 2 coisas: está dando aulas de marketing em inglês na universidade. O mais engraçado foram as dificuldades que ela me contou. Acho que issoo vai interessar aos meus ex-colegas, professores de EFL. Ela disse que os alunos franceses usam celulares e laptops o tempo todo pra trocar msgs durante a aula. E conversam sem parar. Disse que uma das alunas até perguntou por que ela ficava tão estressada com isso e se nos Estados Unidos os alunos não conversavam durante a aula ;-) A Vicki me disse que não tinha certeza, porque não dava aula em NY. Mas então ela recebeu um grupo de alunos de universidades americanas e, como esperava, eles não falam durante a aula. Pois é, mais uma diferença cultural.

Eu disse que a Vicki foi muito incentivadora porque tanto ela quanto o Bob me deram a maior força e acreditam que vou conseguir dar aulas de inglês em Paris. Bate na madeira, cruza os dedos, por favor, pessoal, todas as simpatias que vcs conhecerem pra ajudar nisso ;-)É claro que é muito mais fácil pra uma americana conseguir aulas de inglês. Afinal, aqui tem o mesmo preconceito que no Brasil: a idéia de que um falante nativo de uma língua é necessariamente melhor professor dessa língua. Mas talvez a Vicki possa ser meu primeiro contato pra entrar nesse mundo. Vamos torcer!

Dois jantares II

Tinha ficado devendo este post sobre o jantar de sábado, na casa dos americanos, Bob e Vicki. Talvez tenha sido a facilidade de comunicação, mas acho que nunca fiquei tão à vontade desde que cheguei a Paris.

Primeiro, esse casal de americanos é muito diferente de todos os estereótipos que posso formular. Imagine um casal que já tem filhas graduadas na universidade, que desiste de uma vista maravilhosa em Manhattan pra vir morar em Paris. Claro que Paris vale a pena, mas eles já tinham uma vida super tranquila, suponho. Acho que é porque eles são realmente especiais. Estão em Paris há 4 anos, mas ainda não falam muito francês, o que é comum pra um falante de inglês. E isso ligou minha luz de alerta. Não sou americano, mas também me viro bem na língua deles. A própria sensação de liberdade por passar uma noite agradável falando só inglês já é um aviso pra eu ficar atento.

Mas vamos ao jantar. Foi a primeira vez que o Bob cozinhou pra amigos. E ele está de parabéns. Era um jantar indiano ;-) De entrada, os típicos bolinhos, pakora, samosas. Lassi pra beber. Como prato principal, chicken masala. De sobremesa, flan ;-) Ele até comprou arroz doce em caixinha, mas preferiu não fazer. O flan aqui de Paris é uma delícia!!! Dá pra perceber? Só 3 pratos!!! A grande diferença é que num jantar francês, ficamos de 4 a 5 horas à mesa. No sábado, foram 2 horas, só. O resto do tempo passamos conversando. E o assunto nem era comida.

O resto do jantar conto em outro post porque vai interessar mais aos meus amigos professores de inglês.

domingo, 25 de abril de 2010

Dois jantares...

Minha vida social aqui está intensa!! ;-)

Às vezes vamos à casa dos Plaisant, em Le Pecq, em outras visitamos a Laurence e o Bruno. Este fim de semana foram 2 jantares e acho que vale a pena comparar.

Na sexta-feira, recebemos a amiga do Patrick, Emanuelle, e o esposo, Fréderick. Casal extremanente simpático. Ela chegou primeiro, trouxe uma orquídea phalaenopsis, linda. Ele, 10 minutos depois, chegou com uma garrafa de vinho de 32 anos!! Quase caí pra trás ;-)

Foi o típico jantar francês. Preparei os "aperrô" (é mais ou menos assim que se pronuncia "aperitivos"). Claro que tinha que ser algo brasileiro. Fiz caipirinha com a cachaça que a Daniela mandou de presente pro Patrick, Coração de Minas, direto de Carmo do Rio Claro.

Aí começa a comilança. De entrada tinha enroladinho de crepe, queijo e salmão (que em francês é com u e já começou a me confundir). Só que a receita era com mascarpone e o Patrick esqueceu de comprar e substituiu por creme fresco. Já dá pra imaginar. Sabor: 10!! Aspecto: "bonitinho" ;-)

Passamos então ao prato principal: almôndegas com vagens. E já estávamos no vinho. Não o de 32 anos, porque eles insistiram pra gente guardar pra uma ocasião mais especial. O Patrick, envergonhado, abriu um Bordeaux 2007 que eu acho fantástico. Tá bom, tá bom, mais uma coisa que não entendo: vinhos! Anotado na lista de coisas a aprender.

Depois, salada de endívias. Pra quebrar o amargo o Patrick pôs mel no molho vinagrete. É que sempre acho as endívias muito amargas. Nessa altura eu já disfarçava e servia um mínimo pra mim porque não tava aguentando mais ;-)

Aí, vêm os queijos: 4 tipos! Cara, até já me acostumei aos perfumes (percebe? já tó chamando de perfume, nem é mais cheiro), o Patrick escolhe os mais suaves pra facilitar pra mim, mas é tanta comida!! Realmente não entendo como estas mulheres são magras.

Finalmente a torta de maçã, à moda normanda. Até que nessa ajudei bastante. Fui ei que descasquei e fatiei as maçãs.

Ainda teve café, que dispensei, e licores. Ah! e todo mundo, menos eu, repetiu a torta depois do café.

Quase dormi à mesa e fiquei morrendo de vergonha. Eu estava naturalmente cansado porque acordei às 7h30 e fui fazer simulado de exame, mas acho que o pior é realmente o esforço contínuo pra entender o francês. E a tensão de ter que estar pronto pra a qualquer momento interagir;-) A gente nunca sabe quando, no meio da conversa, alguém vai virar e pedir minha opinião.

Bom, o jantar de hoje, sábado, foi na casa dos americanos, Bob e Vicki. E conto no próximo post. O que vc acha que foi diferente? E igual? Eles moram em Paris já há 4 anos.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Almoço na Alliance Française na quinta 22/04/2004




Esqueci de contar que ontem, quinta, fiquei depois da aula pra estudar um pouco. Na verdade fiz prática de exame. Gosto disso e também acho que os exames são um foco mais claro. Como existem 6 níveis dos exames de DELF/DALF é mais fácil, agora que ainda estou no nível 2, ter como objetivo "passar no exame nível 2" que algo vago como "falar francês". Sempre achei engraçado aqueles alunos de língua estrangeira que chegam à escola e perguntam "quanto tempo leva pra falar aquela língua com o método daquela escola". Sempre que ouvi isso me deu um desânimo. Uma vontade de mandar o cara investir a grana num esporte, ou numa roupa cara no shopping.

Como tive aula de manhã, das 9h00 às 12h00, almocei no refeitório da escola. Comida muito boa!! Tirei umas fotinhos pra dar uma idéia. A primeira é a foto da vista da minha sala de aula, que fica no 3º andar, bem na frente do prédio. Dá pra ver o Boulevard Raspail. A propaganda com a foto do Andy Warhol é bem legal e tá espalhada por toda a cidade. Diz "Je m'installe à Metz". É uma referência à abertura de um novo Centro Pompidou em Metz, uma cidade francesa próxima à Alemanha. As outras 2 fotos mostram minha comida. Com vinho, é óbvio, porque ninguém é de ferro e estamos na França.



Sexta-feira muito cheia...

É isso que dá topar criar um blog!!! Já levei bronca por ainda não ter postado nada hoje. E o pior é que também tem a pressão pra escrever algo que preste. O dia está punk. Fui pela manhã fazer simulado de exame na Alliance Française. Pensei que fosse muito rápido porque estou no nível 2 de 6 em francês ;-) Mas qual!! Era uma sessão pra validar questões pro BULATS, um teste de língua pra profissionais, que existe em inglês, espanhol, alemão e francês. Ou seja, era um mesmo teste pra todo mundo, com 50 questões de compreensão oral e mais 60 de compreensão escrita, do nível 1 ao 6. O pior é que no teste de compreensão oral as questões eram aleatórias, então você tem que tentar responder todas. Bem cansativo. Fiquei de 9h30 a 11h30.

Voltei pra casa correndo. Almocei com o Patrick e fomos fazer uma caminhada num parque aqui perto. Depois passamos em La Défense pra comprar ingresso pro "Clash of Titans" amanhã às 10h30 da manhã ;-) É que amanhhã temos compromisso à noite e, se não virmos o filme este fim de semana, vamos ficar atrasados, pois ainda queremos ver o Homem de Ferro 2 ;-) Minha vida com cinema aqui ficou bem esquisita. Sempre gostei de cinema francês, tirando Godard (que levei anos pra ter coragem de assumir que odeio), e agora que estou aqui, só posso assistir a filmes americanos. É que nível 2 de francês não me permite entender filmes em francês sem legendas.

Bom, voltamos pra casa mas nem subimos. Entramos direto no Carrefour (marca que só agora consigo pronunciar e cujo significado banal conheço, mas não vou entregar; quem não souber, vá ao dicionário de francês e descubra o significado de carrefour) pras compras pro jantar de hoje. Uma amiga do Patrick vem aqui com o marido. Depois tive que ajudar na preparação da torta pra sobremesa.

Fugi 2 vezes pra ler e responder e-mail e agora, finalmente consegui "vomitar" esta postagem de blog. Se não estiver razoável, a gente acerta mais tarde.

Beijos,

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Notícias na janela...

Hoje acordei e as páginas internacionais estavam bem ali, na varanda. Os céus de Paris estavam novamente rabiscados de rastros de aviões.

Andei acompanhando a crise pelos jornais na internet e sabia que a qualquer momento os caras iam criar coragem de liberar o tráfego aéreo. Duas grandes companhias já tinham feito voos experimentais e nada deu errado. Agora é torcer pra nenhum avião cair.

Também tenho recebido comentários legais e encorajadores sobre o blog. Meu irmão fez uma crítica legal. Os posts estão enormes. Expliquei que tava com tudo represado. Afinal, comecei a escrever um mês depois de chegar aqui. Prometo que agora a intensidade vai se normalizar.

Franceses e o inglês.

Mais preconceito ;-)

Há tempos ouço pessoas reclamando da dificuldade de comunicação na França: "franceses não falam inglês"; "franceses não gostam que fale inglês com eles". Eu mesmo já reproduzi comentários assim.

Minha experiência aqui tem sido bem contrária a isso. Outro dia fui ao correio (adoro La Poste, já fui à agência perto da escola umas 5 vezes!!) e quando não entendi o valor total que deveria pagar a senhora que me atendia imediatamente repetiu "em bom inglês"!! A coitada ainda levou bronca e me pediu desculpas. Falei que era estudante de francês e me esforçava pra entender. Ela respondeu que só quis facilitar.

Mesmo a idéia de que a aceitação da língua inglesa começou a rolar entre os mais jovens não se aplica à essa situação, porque era uma senhora, funcionária dos correios, pelo menos 15 anos mais velha que eu.

Aqui no centro comercial de Charras, no Paul, tem uma mocinha muito simpática que conversa muito com o Patrick sempre que passamos pelos corredores. No sábado passado, fiquei só e desci pra comprar um sanduíche. Foi só mandar o meu "bonjour" que ela já começou a sorrir e a me atender toda espertinha, em inglês ;-)

Ou seja, os franceses falam inglês demais comigo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Passeio a pé perto de casa - 19/04/2010

Estou tentando uma experiência de postar muitas imagens. Mas as coisas não vão muito bem.
São imagens da tarde de segunda-feira. Cheguei da escola e a Nathalia, a moça do leste europeu que cuida da casa uma vez por semana, estava pra chegar. Como era o dia mais quente desde a minha chegada, o Patrick me propôs um passeio. Escolhi andar até o Sena e conhecer a ilha mais próxima aqui de casa.


O Sena tem essa coisa que me encanta. Passa por Paris serpenteando e vai assim pela Normandia até o mar. Em setembro do ano passado passeamos um dia por esse caminho de carro, passando por Rouen, Jumièges e terminando em Honfleur, um portinho lindo às margens do Canal da Mancha. Pois então, o rio passa por Paris e na segunda curva já tá aqui ao lado, em Courbevoie.
Andamos até a margem vendo os jardins super floridos. Alguns realmente me parecem artificiais. Esse arbustinho verde, com florzinhas amarelas, por exemplo. Parece que as flores foram pintadas com spray de tinta e nem se deram o trabalho de proteger as folhas. Parece que o spray ultrapassou o limite das flores. Engraçado! Clicando na imagem ela abre e depois, com um segundo click dá pra ver super bem.


Depois, chegando à margem, atravessamos uma ponte até a ilha no meio do Sena, que fica, na verdade, já em outro município: Neully-sur-Seine. A ilha toda, além de bem cuidada, tem essa atmosfera de tempo parado, de lazer, de banho de sol. Voltamos pela outra ponte e paramos pra uma cervejinha.



Mais fotos da ilha:






































Quando chegamos eu tinha recebido minha primeira correspondência no novo endereço: o atestado de que não sou PACSado na França. PACS é o pacto de união civil que eu e Patrick vamos fazer. Era o último documento faltante. Então, sentamos no sofá e enviamos tudo pro registro civil. Devemos ser chamados em 2 meses pra oficializar a união, mas achamos que esse momento já precisava ser registrado. Taí a foto. Momento histórico!!



Depois, coisas mais mundanas. Acho que o que mais odeio de serviço doméstico é estender roupa no varal. Por que será que algo tão banal nos toma tanto tempo?! Era assim em São Paulo e, pelo jeito, vai continuar assim em Courbevoie! Nunca passei roupa mesmo, mas prefiro passar a estender no varal. E aqui, é a Santa Nathália que passa ;-) Nunca vesti camisas tão lisinhas.














Mes préjugés de voyageur...

Bom, chega de posts politicamente corretos. Já foram 5. Agora me permito colocar pra fora todo meu rancor de expatriado ;-)

Tinha escrito aqui um parágrafo filosófico sobre a estranheza e o não-pertencimento, mas apaguei em respeito ao meu amigo acadêmico MM. Respeito e medo, porque ele não tem o menor dó de descer a lenha quando escrevo bobagem. Era filosofia ruim demais mesmo. Blog serve pra contar experiências (eu acho). E já consigo até ouvir o MM reclamando do tom do texto que perdeu o que os posts de ontem tinham. Quem mandou elogiar?!

OK, voltando à minha vidinha em Paris... e ao bem menos politicamente correto. Isso é um aviso pra quem quiser parar a leitura por aqui (ou talvez mais uma promessa/provocação/propaganda pra quem anseia pelos detalhes sórdidos).

Franceses bonitos!!

Os únicos franceses bonitos que vi até agora foram os negros de origem africana. Sabe, bonitos mesmo? Aquele carão que vc olha no metrô e fica impressionado. Posso dizer que já vi uns 20 negros com cara de modelo nos lugares mais improváveis. E nenhum homem de origem eurasiana que pudesse chamar ao menos de "bonitinho". Já as mulheres bonitas estão entre as caucasianas também. Aquelas de origem tipicamente francesa. Não, não mudei minhas preferências. Só tô falando de beleza, nada a ver com tesão.

Franceses e cães.

Acho que diferentemente dos ingleses, os franceses brincam e tocam mais os cachorros dos outros. Na Inglaterra, tenho a impressão, ninguém toca um cachorro que não seja seu. Aqui, até no metrô (sim, os cachorros andam de metrô o tempo todo ao lado dos donos), as pessoas fazem carinho no cachorro do outro.

Paris e os pobres.

Fiquei chocado com a quantidade de gente pedindo esmolas no metrô. Claro que tem as ciganas e tem os acordeonistas (entre outros músicos), mas o que me chama atenção são outras pessoas que estão também esmolando. O Patrick me explicou que essa gente, sem emprego, deve receber só cerca de 500 euros por mês, o que não é suficiente pra sobreviver em Paris. Sei que é mais um preconceito meu, mas o fato é que não esperava.

Parisienses e o frio.

Eles são definitivamente mais friorentos que os ingleses. O que me faz sentir menos estrangeiro!! Hoje de manhã eu era a pessoa menos agasalhada de todo o trem ;-)


Falando em trem, como toda cidade européia com uma malha de transporte coletivo bem desenvolvida, Paris sempre oferece muitas possibilidades. Descobri que prefiro pegar o trem ao metrô ou RER pela manhã, pra ir à escola. Acaba demorando o mesmo tempo, mas evito a estação subterrânea de La Defénse que é pra lá de feiosa, em contraste com aquela praça bonita da superfície que aparece nos cartões postais. Ando bem menos, só 5 minutos, até a Gare de Courbevoie e tanto essa estação quanto o caminho fazem parecer que estou numa cidadezinha de interior. Vou até a Gare St-Lazare (10 min) e troco pro Metro Ligne 12. Como bônus, da janela do trem, logo depois de cruzar a Sena (;-) é isso mesmo, "a" Sena é "uma" rio, em francês) ainda posso ver a silhueta da Sacré Coeur.


E então, mostrei que tenho preconceito? Acho muito ingênuo quem diz que não tem. Pra mim, não tem preconceito quem sabe tudo ou quem não diz nada. Nem me aproximo de nenhuma das 2 categorias. Lembrei agora da minha amiga que visitou a Suíça e me contou chocada que lá os caras têm tanto dinheiro, mas taaaaanto dinheiro, que aparam a grama até dos morros. "É tudo um grande jardim!! O país inteiro como um cenário, um parque!" Um dia acabei descobrindo que, na verdade, na Europa é preciso guardar feno pros animais comerem quando a neve e o gelo cobrem tudo. Minha amiga deve ter descoberto isso também. Mas, cacete, como é que a gente ia saber, se as cabritinhas não param de pular e as vacas tão sempre mugindo, andando, pastando e cagando nos campos brasileiros nas 4 estações do ano?!

Num próximo post vou falar de alunos de FLE (francês como língua estrangeira) e minhas aventuras na escolinha.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Curiosidades de outras culturas...

Dia 01/04 voltei um tanto tarde, sozinho, de metrô e aconteceu algo que achei bem inusitado. Sentou de frente pra mim um cara que parecia ser do Oriente Médio, com uma barba muito volumosa e ao meu lado um rapaz de seus 20 e poucos com a cara mais francesa que posso imaginar. As pessoas, em geral, não costumam conversar no transporte público na Europa. Mas acho que, às vezes, a solidão, ou quem sabe a Lua, provocam coisas difíceis de explicar.

Uma pausa: vc já deve estar achando que adorei que rolou uma conversinha no vagão de metrô. Meu filho, certas coisas, melhor não serem ditas, muito menos ouvidas. Enfim...

Na estação seguinte, olhei pra plataforma oposta e tinha uma multidão de adolescentes chinesas. Digo chinesas por incapacidade de um chute mais específico. Mas quase todo mundo sabe que tenho conhecimento suficiente pra distinguir chineses, coreanos e japoneses. As meninas pareciam ter saído de um videoclip, todas com saia tipo colegial e os sorrisos mais amistosos nos rostos. Pois não é que elas se engraçaram comigo e começaram todas a acenar e falar ao mesmo tempo?! Claro que de dentro do trem, do outro lado da estação, não dava pra entender absolutamente nada (não que eu fosse entender chinês mesmo) mas acenei de volta.

Aí é que começou a coisa mais bizarra. O iraniano (o barbudo sentado à minha frente era iraniano) disse num inglês apenas compreensível: "essa gente é muito estranha, são todas iguais, são legais, mas todas exatamente iguais". Eu, tentando ser politicamente correto e esconder minha surpresa: "ah, de onde elas estão olhando, nós também devemos parecer todos iguais (mentira, nunca me achei igual ao iraniano da barba superdesenvolvida - confesso que até fiquei com um pouco de inveja da barba dele).

O trem partiu, as chinesinhas ficaram lá na plataforma sorrindo pro brasileiro que sumia no túnel e o show continuou no vagão. O iraniano disse que uma vez perguntou pra um chinês como ele não perdia os filhos quando eles se misturavam com outras crianças pra brincar. Fiquei tão desconcertado que pedi licença pra ligar pro Patrick e avisar que estava chegando. O iraniano puxou papo com o francesinho.

No final, o iraniano desceu uma estação antes de La Défense. Desci no final com o francesinho que puxou papo e me disse que tinha um grande amigo trabalhando na Embraer, em SJC.

Mundo pequeno e esquisito. Um iraniano, um bando de chinesas, um brasileiro que vai até La Défense, com um francês que tem um amigo em São José dos Campos. Mas a sensação é mesmo de que tem gente que não tem noção nem sequer do que não pode ser dito.

Ou será que somos todos mesmo tão iguais assim? Virgi!!!

Temperaturas, anoitecer, horário de verão...


A natureza em latitudes tão diferentes sempre surpreende um brazuca.

É encantador o horário de verão na Europa que começa, na verdade, no início da primavera. Quando cheguei, no início de abril, anoitecia às 20h30. Só 20 dias mais tarde e já está escurecendo às 20h45. E eu, querendo dormir cada vez mais tarde.

As temperaturas também estão subindo como foguete! Na segunda-feira passada (12/04) saí de casa, às 8h00 da manhã, com 7,5ºC. Na quinta-feira (15/04) já fazia 10ºC no mesmo horário. Percebi contente que esse é meu limite pra tirar o gorro. Hoje, 19/04, saí com 14ºC. É quase verão em Paris!!!

Outro exemplo da burocracia francesa.

Nós brasileiros temos a mania de achar que nosso país é o mais burocrático do mundo. Tudo bem, o Brasil precisa melhorar muito, mas a França...

Este é meu outro exemplo: vou prestar um exame de língua francesa, que tem correspondentes em todas as línguas da comunidade européia. Os de língua inglesa, da Universidade de Cambridge são meus velhos conhecidos, porque prestei e porque apliquei também.

Pois bem, na Universidade de Cambridge vc se inscreve, paga a alta taxa, presta os exames no dia e recebe seu certificado pelo correio. Quando prestei, fui embora de Londres logo em seguida e recebi meu certificado no Brasil.

Os certificados da França funcionam da mesma forma. Ou quase!!! Aqui, além da taxa (que só pode ser paga em cheque ou cartão de crédito!), vc precisa levar um envelope normal pro relatório e um envelope A4 de cartolina pro certificado, ambos com postagem paga. Dá pra me explicar?! Se eles já cobram quanto querem pela inscrição, por que não incluem o valor de postagem e fazem o serviço direito?

Nem tudo são tulipas ou outras flores....

Pode parecer que estou vivendo no paraíso. Mas não é bem assim. O Patrick já tinha me falado da burocracia da administração francesa. Às vezes me sinto no Brasil. Comparo sempre tudo a Londres que é minha referência mais próxima.

Londres tem um cartão chamado "oyster". Super simples, vc carrega quando quiser, quanto quiser usando moedas, notas ou cartão. Compra o cartão numa máquina, não me lembro se por 2 ou 3 libras. Tenho o meu desde setembro do ano passado e usei nas 3 vezes em que visitei Londres desde então.

Paris tem um "passe NaviGo". A idéia é a mesma, mas tive que ir a um escritório da agência de transportes e enfrentar uma fila de 45 minutos. Precisava até de comprovante de endereço. Levei o Patrick junto porque achei que não conseguiria sozinho. Apesar da espera, fomos muito bem atendidos por uma gordinha loira e simpática. Ela tirou minha foto e emitiu o tal cartão com meu nome, foto e um chip. Depois de tudo terminado, dissemos que queríamos fazer o crédito. "Ah, non, aqui é só pra fazer o cartão, a carga é nos guichês". Isso inclui guichês eletrônicos, mas que só aceitam cartões.

Agora, alguém consegue me explicar ou justificar o custo de um cartão com fotografia digital impressa, chip e uma atendente que passa o dia só fazendo isso? Não dá pra explicar. (Detalhe sórdido: 80% das mulheres parisienses obesas são funcionárias públicas - tudo bem, tudo bem, o número 80 é uma impressão pessoal, não vi nenhuma estatística oficial - é que aquela coisa que dizem sobre as francesas é bem verdade: quase não se vê mulher obesa por aqui, a não ser nos órgãos públicos)

Num próximo post conto da inscrição pro exame de língua que vou prestar em maio, também comparando com os exames de Cambridge. Aliás, é a mesma coisa. O de francês se chama DELF ou DALF, dependendo do nível.

I

Sábado de primavera...




Patrick foi pro seminário de sofrologia logo cedo. Saí de casa às 13h. Logo de cara, na praça ao lado de casa tem essa árvore que eu, como bom brasileiro, só sei que se chama "árvore". Claro que ela tem uma espécie, uma subespécie, um gênero e, provavelmente, até um nome popular mais específico que "árvore". Minha mãe saberia mas eu, vergonhosamente, tenho que chamar mesmo de "árvore". Bem, é uma árvore muuuuito florida. Como se ela estivesse fazendo uma "performance" de primavera aqui em Courbevoie, ao lado do Centro Comercial Charras onde moramos.

Caminhei 15 minutos até o metrô em La Défense, de vidro e concreto, mas o jardim de tulipas (mandei bem, agora, hein?!) faz a gente parar um segundinho pra outra foto. E não tem jeito... sempre acho que só existem tulipas de plástico ;-)

Acabei preferindo o RER ao metrô. Em exatos 10min chego à estação Les Halles. Centrão turístico de Paris. É só virar à direita no "boulevard Sébastopol", em 5 min de caminhada cruzo a "Pt au Change" e de lá, mais umas fotinhos com a "Pont Neuf" ao fundo. Atravesso a "Île de la Cité", a "Pont St. Michel" do outro lado e voilá!

Chego à Gibert Jeune, uma livraria que é um paraíso. Como aqui os livros têm preço tabelado, o grande barato da GJ são os livros de "ocasião", usados ou um pouco danificados na loja mesmo. Vi um monte de coisa interessante. Mas acabei comprando 2 CD-roms novos pra estudar vocabulário e ortografia do francês. É mais prático fazer isso no meu laptop. E meu exame tá chegando ;-)

Dali, fui ao Marais, bairro gay e também muito turístico, cheio de gente andando pelas ruas estreitas e tortas como as fachadas dos prédios. Rodei por mais de uma hora procurando um café simpático. Acabei achando um completamente vazio, com o proprietário sentado numa das mesas ao fundo. Um velhinho com cara de poucos amigos. Perguntei se podia sentar em qualquer lugar e ele me ordenou que sentasse numa mesa ao fundo, ao lado da dele. Enquanto esperava pelo chocolate quente e torta de limão notei na vitrine um aviso que proibia o uso de computadores dentro do café. Quando eu já aproveitava do que comprei, o velhinho quase estilhaçou um copo na minha mesa e disse: "um presente"! Um copinho de suco de banana, laranja, abacaxi e outra fruta que esqueci ;-). Quando saí ele já tava ocupadíssimo atendendo quase todas as mesas tomadas, curiosamente, só por franceses: um casalzinho de uns 17 anos; um senhor e duas senhoras, duas mulheres com um bebê, tomando mamadeira; uma mulher com dificuldade de locomoção que parecia ser cliente fixa. Ah, claro que tive vontade de fotografar, mas e o medo de pedir permissão?!!

Caminhei até a "rue de Rivoli", onde tava rolando um desfile de moda masculina na calçada. Um modelo negro, com o corpo esculpido em academia, tirava a camisa pra umas garotas com cara de nórdicas soltando gritinhos e pedindo mais. Nessa hora o Patrick ligou dizendo que tinha saído do seminário. Já eram 17h30 e, como ele estava de carro e
eu, ao lado da estação de metrô St. Paul, resolvi encontrá-lo em casa.

Cheguei às 18h00 e, mal entrei, o Patrick já estava me esperando pra passearmos no parque da Floresta de "La Malmaison". Em 15 minutos de carro chegamos ao que parece ser quase outro planeta. Não dá pra acreditar que tão perto da cidade exista algo tão tranquilo.


Voltamos pra preparar o jantar, recebemos a msg do Mauricio, que tá preso nas Ilhas Canárias por causa d"a nuvem". Fiquei preocupado, liguei pra várias pessoas em diversos países, inclusive pra Zefa, porque o Manolo me lembrou do aniversário dela, não ajudei quase nada com o jantar (só a salada). Abrimos um bom Bordeaux. É assim, durante a semana tomamos o bom "vin de pays", que é o vinho barato, só que é vinho francês, né?! ;-) Como era sábado, o Patrick abriu o Bordeaux, mais leve. É tudo parte da minha dieta pra baixar o colesterol.

Às 23h o Patrick estava se preparando pra dormir, porque vai ter outro seminário de dia inteiro no domingo, quando chegou a notícia de que o tio de 60 anos, internado com câncer de pâncreas, faleceu. Patrick ficou muito chocado, porque foi rápido demais.

Fui pra sala instalar meus CD-roms de francês. "A nuvem" continua latindo lá em cima e a vida passa aqui no chão.

Bjs,

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